Entre meados do século XVIII e o início do século XX milhares de jovens inglesas viajaram a bordo de navios até a Índia em busca de um marido. Isso mesmo! Desiludidas com as chances de conseguir um bom partido na Inglaterra, elas seguiam para Calcutá onde as mais sortudas conseguiam fisgar um bom partido - ou seja, um comerciante, soldado ou servidor público inglês, que serviam naquele país distante. Para lembrar: o período do reinado britânico na Índia durou de 1757 a 1947.
A Índia era o local ideal para a caçada aos maridos - segundo as estatísticas sobravam homens: quatro para cada mulher. As jovens tinham um incentivo a mais: a viagem até a Índia era patrocinada pela Companhia da Índia Oriental, que oferecia ainda, nos séculos XVIII, uma mesada de 3 mil libras por ano (cerca de 25 mil hoje - valor correspondente a 70 mil reais) se a jovem se casasse e morasse na Índia. A pegadinha: se, de alguma forma, ela não se comportasse da maneira esperada, seria expulsa e enviada sem um tostão de volta à Inglaterra.
Para as inglesinhas, a aventura indiana começava com a viagem em si, que chegava a durar meses, e elas enfrentavam na jornada enjôos, mau tempo e até mesmo piratas. Mas logo depois da chegada, vinha a parte bacana: uma interminável rodada de festas, compras e almoços nos clubes. E finalmente, o tão sonhado romance e casamento. No entanto, depois do casório, a realidade não era tão doce - e muitas sofriam com a nova vida, longe da família e amigos, numa terra com verōes intermináveis e costumes estranhos.
A fascinante estória dessas jovens é contada no livro 'The Fishing Fleet: Husband-Hunting in The Raj', da jornalista do Daily Mail Anne de Courcy.
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