Li Tan, vietnamita e órfã aos 13 anos de idade, foi vendida por seu tio a uma quadrilha internacional de tráfico de mulheres. Submetida a maus tratos e abuso sexual, ela foi enviada numa longa viagem, cruzando a China, Rússia, Europa e chegando, finalmente, ao Reino Unido. Aqui trabalhou, sem salário, durante mais de 10 horas por dia como manicure num nail bar (salão de beleza especializado em unhas) durante o dia. Tinha um dia de folga a cada dois meses. Dormia nos fundos do salão, e as noites eram infernais: foi constantemente estuprada por homens que apareciam de madrugada no local. Era ameaçada e impedida de fugir por pessoas que garantiam que ela devia milhares de libras por sua passagem até o Reino Unido.
Parece enredo de filme policial, mas acontece de verdade. Li Tan é apenas uma das milhares de jovens submetidas à escravidão humana em solo britânico. O jornal Sunday Times publicou ontem uma giga matéria de capa sobre as redes de tráfico internacional de mulheres que atuam no país, especialmente trazendo asiáticas para trabalhar na indústria de beleza.
O crescimento de de nail bars vietnamitas no Reino Unido é notório - as manicures são experts e oferecem mão-de-obra barata. Fazer as unhas num salão desse tipo custa cerca de 10 libras - muito barato em relação ao custo em outros lugares. De acordo com o jornal, existem cerca de 100 mil manicures vietnamitas no país, trabalhando em 15 mil nail bars. Muitas dessas são imigrantes ilegais, vulneráveis e explorados por gangues criminosas.
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