Houve uma época em que ser crítico de cinema, arte ou gastronomia era para poucos. Exigia conhecimento, informação e um certo... convenhamos, refinamento cultural. Mas nos dias de hoje, em que qualquer um pode postar um comentário ou uma foto enquanto os créditos finais do filme ainda estão na tela ou entre as últimas garfadas da sobremesa, qual o real espaço do crítico de antigamente? Sua voz parece diluída no mar de opiniões que inunda a blogosfera, acredita Tom Harrow, enólogo e fundador do site Winechap, que oferece informações e resenhas sobre vinhos. "Sua autoridade de especialista, sua função como árbitro do bom senso e do bom gosto estão desaparecendo", disse ele à revista More Intelligent Life, publicada pelo jornal The Economist.
Tom não reclama sozinho. Elin McCoy, autora de livros de gastronomia e crítica especializada da rede Bloomberg, concorda. Ela ofereceu um conselho aos blogueiros-aspirantes-a-críticos-de-plantão numa recente conferência de comunicação digital: "Pensem e reflitam mais antes de publicar opiniões vazias".
Não se trata de nostalgia ou de negar, garantem, a importância da blogosfera. Além do seu site, Tom tem um canal no youtube -, mas ele acredita que o público deve estar sempre atento sobre as credenciais de quem escreve, assim como os autores de posts e blogs devem ser cuidadosos quando avaliarem filmes, restaurantes ou exposições. "A natureza imediatista dos blogs pode, muitas vezes, ser bem cruel", resume Tom.
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