A variedade de revistas femininas à venda aqui na Inglaterra é imensa e cada publicação tem o seu nicho bem definido - ou seja: conhece bem o grupo de mulheres que pretende atingir. Como eu compro e leio muitas - mas muitas revistas mesmo -, resolvi fazer um balanço informal sobre algumas dessas publicações e dividir minhas impressões com vocês.
Uma revista que tem uma proposta bem bacana é a Company, dirigida às muito jovens (que acabaram de sair da adolescência, tipo 18, 19 e vinte e pouquinhos anos) e são (ou desejam ser) muito estilosas.
Company: para a jovem descolada |
A Glamour, que agora também tem a versão brasileira, é dirigida para a irmã um pouquinho mais velha da leitora da Company - que está lá na faixa dos vinte e poucos anos. É a revista feminina que mais vende no país, com uma circulação espetacular de meio milhão de exemplares só no primeiro semestre de 2012, segundo a organização ABC (Audit Bureau of Circulations), que avalia o desempenho da mídia no país. A Glamour aposta naquela mistura que a gente já conhece: moda, beleza, artigos sobre relacionamento, carreira e lazer.
Look: foco na moda |
As revistas Look e Grazia são para quem está na mesma faixa etária - 20 e poucos anos. A diferença é que o foco absoluto é moda super prática para quem não pode gastar muito, mas não dispensa estilo. A idéia é interessante: são inúmeros editoriais de moda, mostrando as combinações de roupas que as leitoras podem fazer usando as novidades que estão nas araras das lojas naquela semana (ambas as publicações tem periodicidade semanal). Não há matérias sobre outros assuntos - têm sim uma pitada de matérias sobre celebridades, mas sempre puxando para o ângulo do estilo, tipo ´descubra o que a atriz tal estava usando no red carpet´. Ou seja, evitam dar uma de revista Caras.
Para as leitoras na faixa dos 30/40 anos, interessadas em glamour e sofisticação, existem as tradicionais Vogue, Elle e Bazzar - irmãs das publicações brasileiras. Na onda do street look, a Vogue publica na sua edição online as roupas que suas editoras usam no dia a dia trabalhar. A idéia é: se a editora usa, eu, leitora, também posso e devo usar. Mas aí você confere os créditos da foto e percebe que essas jornalistas só vestem Versace, Chanel e Dior.
Se estilo com glamour sai muito caro, vamos cair na realidade da nosso minguada conta bancária e sonhar com as sugestões de modelitos e produtos de maquiagem que a Marie Claire ou a InStyle apresentam. Quer algo um pouco mais papo-cabeça ? A revista Red traz matérias bem bacanas sobre comportamento que faz você se sentir inteligente e de bem consigo mesma - afinal você ocupa a sua mente com outras coisas além de moda e beleza, não é mesmo?
Tatler: lifestyle dos ricos e aristocratas. Aqui, Pippa, irmã de Kate, na capa. Nem ouse perguntar 'Pippa who??' A revista é para chiques e sofisticados |
Quer refletir, mas sobre sexo? O caminho é o mesmo do Brasil, compre uma Cosmopolitan, a Nova inglesa, que sempre dicas de como enlouquecer um homem na cama, ou como fazer para apimentar a relação - ou tudo isso junto. Algo beeem mais classudo oferece a Tatler, revista sobre os ricos e muito ricos - ou não tão ricos assim, mas aristocratas. A revista sabe que você gostaria de espiar o que eles estão fazendo (mas talvez tenha vergonha de confessar). Não se preocupe, a Tatler te mostra como sua vida é comunzinha e sem graça...
E as leitoras maduras, tipo leitora-mãe-ou-avó, aquelas que ainda se interessam (ou deveriam estar interessadas, segundo a opinião dos editores) em aprender como fazer um almoço diferente no domingo? Ah, essas existem e compram a Woman & Home ou a Good Housekeeping.
Capa da Goodhousekeeping: fora dos padrões |
Essa última, verdade seja dita, inovou bastante na capa da última edição, com uma covergirl totalmente fora dos padrões de beleza: a comediante Miranda Harta, que é hilária, mas não tem nada de Giselle...
E mais um dado: quem apostava que a Internet iria condenar as revistas impressas à uma morte rápida e inevitável se deu mal. Uma pesquisa recente na agência Deloitte revelou que 88% dos leitores desse tipo de publicação preferem, aqui no Reino Unido, ler as matérias no papel, ao invés de por meio de uma tela de computador.
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