A CONTRIBUIÇÃO DOS IMIGRANTES

Qual a real contribuição dos imigrantes no crescimento do Reino Unido? Essa parece ser a pergunta de um milhão de libras, difícil de ser respondida e motivo de enorme polêmica por aqui. Deixa eu explicar o contexto: segundo o último censo, há 7,5 milhōes de imigrantes vivendo na Inglaterra e no País de Gales atualmente - número duas vezes maior que há dez anos e que representa 13% da população desses dois países. 

Os imigrantes que vêm da União Européia podem imigrar e trabalhar no Reino Unido sem necessidade de visto ou qualquer tipo de burocracia. E mais ainda: eles têm direito a benefícios, como seguro-desemprego e sistema de saúde daqui. A  encrenca se estabelece porque,  claro, esse tipo de acolhida generosa não agrada a uma parte da população. A mídia de direita vira e mexe apresenta dados mostrando ondas de imigração que considera assustadoras - recentemente, por exemplo, foi divulgado com estardalhaço um crescimento de mais de 25% (nos últimos três meses) no número de romenos e búlgaros por aqui. Outras notícias e colunas de opinião relatam como os imigrantes "abusam " do sistema britânico de benefícios e tiram trabalho dos nativos. O primeiro-ministro David Cameron tem se empenhado em reduzir o nível de imigração: recentemente ele afirmou que os imigrantes representam a "constant drain on public services" ( um esgotamento nos serviços públicos").

Pois bem:  um estudo divulgado essa semana pela University College London revelou que   os imigrantes da União Européia que chegaram na última década ao país são, na verdade, bem produtivos. Eles contribuíram com £25 bilhões a mais em imposto para o governo britânico do que receberam em benefícios. Dados mostram ainda que o Reino Unido atrai imigrantes altamente educados e qualificados.

Ponto para os imigrantes, né?

No entanto, no mesmo dia o jornal de direita Daily Mail reforçou a artilharia e publicou matéria revelando que, nos últimos 16 anos, imigrantes vindos de outras partes do mundo (e não da Europa) utilizaram £100 bilhōes a mais em benefícios e serviços do que contribuíram aos cofres públicos - um déficit que os especialistas chamam de 'contribuição fiscal negativa'.

O assunto é polêmico mesmo, vive nas manchetes dos jornais e encoraja o debate. Essa matéria aqui do The Guardian provocou mais de 400 comentários dos leitores. 

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